quarta-feira, fevereiro 22, 2006

na minha cabeça como um tambor

nunca pensei por um post de música. honest.
tenho andado braindead - o trabalho é um passageiro muito gordo que ocupa dois lugares na cabeça. não consigo pensar em mais nada.
não tenho mãos para medir a quantidade de powerpoints e briefings que pari nestes dias, tenho a agenda cheia de reuniões, e quando me olho ao espelho estou cada vez mais perto da corporate bitch que não queria ser.
enfim, muito pouco tempo para procrastinações, lately.

o passageiro over-weight na minha cabeça, tem sido massajado por isto. liars - drum's not dead. pancadas que não se vêem mas atravessam a banha e chegam ao epicentro, ao meio do fundo de nós. seja o que for que lá há, fala a lingua do tambor.
arranjei umas fotos. ora tomem.




vais partir, naquela estrada

este post é para ti, andré, que decidiste ir laurear a pevide para Milão e não fazer nada de laboralmente produtivo nos próximos 5 meses.
é primeiro um post de desconsolo da mana, que se vai ficar por uma cidade menos poluída (respirar o ar de milão durante 1 dia corresponde a fumar 7 cigarros) mas mais pequena (lisboa cabe na betesga), sem canais, com poucas casas conceituadas da moda, com menos dourados desnecessários, com um menor número de óculo de sol per capita, onde os únicos homens que atiram piropos são srs empoleirados em andaimes, e onde esses piropos já não vêm em nenhuma língua que conheçamos. lisboa, o sitio da 2ª circular, eixo-norte sul e 24 de julho, onde não podemos desfrutar das vistas sob pena de sermos atropelados. lisboa, o sitio em que o único contacto com o rio, é quando uma estrada desaba e vemos que por baixo é só águinha . lisboa onde há calés, putas, mitras, pretos, e betos. lisboa do cais sodré a cheirar a mijo, da avenida de roma a cheirar a laca, e do herois a cheirar a jean paul gautier.
uma vez que já deixei bem claro que sou uma vitima numa cidade de merda, o resto deste post vai ser de encorajamento.

mano, come muito fusilli, raviolli, tagliatelle, risoto, pizza, calzone, bebe amaretto e muitas birras. dança com a parolada. conhece miudas islandesas com um dedo de madeira. torna-te assiduo do chinês para cotonetes, pasta dos dentes e detergentes.compra muita coisa na feira. desbota a roupa barata que comprares com detergente igualmente barato. dorme ao relento. perde coisas. aprende a dizer merda em pelo menos 7 línguas. passeia pela pulha, pisca o olho a uma mamma mafiosa. deixa crescer o bigode. arranja um brinco de pérola. e arranja uma casa com espaço, para eu ir lá em junho, e tentar fazer isto tudo em 7 dias.
sigue, sigue, sputnik.

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

I'm a cowboy WANTED dead or alive (voz de john bon jovi + guitarrada)

ennis del mar achava que lhe estava escrito na cara. que todos na rua sabiam o seu segredo. para del mar era uma questão de tempo até ao descuido e à captura.
jack twist foi formoso e não seguro. e a ele quiseram-no morto. só.

vi duas vezes e achei que brokeback mountain merecia um post. cá está ele.


é um filme de caça, na óptica da presa. os caçadores são em número esmagador, têm armas antigas e aprovadas pela lei. estão sempre alerta, à espera que a presa abandone a toca, para a capturarem e exibirem morta. como prova do seu domínio.


eu fui por causa da paisagem da roupa da música e do amor. tirando o amor, tudo me pareceu pequeno e mal aproveitado.
estava à espera de paisagens esmagadoras da montanha americana, de raios de sol a furar nuvens, da agressividade natural do espaço. mas não. só umas paisagensinhas sem protagonismo. só pano morto de fundo. enfim. estava à espera que a paisagem e a música falassem pelos cowboys, bicho de pouco paleio, ma não.

o amor pareceu-me grande e realista. dois cowboys só se podiam aproximar assim. da mesma maneira bruta com que capam cordeiros, cepam troncos e pegam nos filhos sujos. só têm aquelas mãos para comer, trabalhar e amar.

estava à espera de outra coisa. dos chapéus. fiquei fascinada quando pensei na potencialidade dos chapéus. de puxar linhas e criar espaços de picar o cenário e projectar a vontade dos senhores. mas não, também. o sr ang lee não achou que fosse cena importante.

mas gostei. e é só isso.



só porque apeteceu


click

"This here's Miss Bonnie Parker. I'm Clyde Barrow. We rob banks".

ainda não foi desta que vi bonnie and clyde. adormeci a meio, quando as coisas começaram a ficar feias.

mas gostei.

bonnie não tinha nada a perder. tinha ambições que não cabiam no uniforme de empregada. tinha mãos para apontar, mais do que uma caneta a camionistas, pistolas. quando lhe apareceu um homen de fato e cadastro, apanhou boleia. bonnie achava que ia chegar lá, ao topo, com roupas bonitas, jantares em vegas, idas ao theatro. mas perc
ebeu (antes que eu adormecesse) que para clyde a vida na estrada era um fim, não um meio. "You know what, when we started out, I thought we was really goin' somewhere. This is it. We're just goin', huh?".
e dormi.

bonnie and clyde tinham o click. dunaway e beatty ficam perfeitos na tela. e acho que já não tenho par perfeito. monica vitty e alain delon, parecem uns frouxos, agora. mas têm mais classe. lá isso têm.



sexta-feira, fevereiro 17, 2006

go! andré

como os cigarros iluminaram a cultura ocidental



1. Coolness
I've never actually smoked a cigarette, because I know them to be both Bad and Wrong and harbingers of death. And also because I'm such a total square. Because no matter how often one is told that stinking like a pub carpet and dying a slow and painful death from lung cancer isn't hip, it is true that smoking has long served as social shorthand for being witheringly cool: James Dean, Marlene Dietrich, Audrey Hepburn, Lauren Bacall, Marianne Faithfull - all were iconic smokers. Dieu fumeur de havanes by Serge Gainsbourg and Catherine Deneuve even maintained that the Almighty smoked cigars. Dieu porteur un Nicorette Patch is not quite so cool, je pense.


2. Songwriters' muse
For decades, cigarettes have inspired songwriters. Predominantly this is due to the matter covered in point one, above: smoking is cool. It therefore finds a willing partner in rock'n'roll.
Highpoints in the tobacco songbook have included Cigarettes and Alcohol by Oasis: "It's a crazy situation/ But all I need are cigarettes and alcohol." The Beatles' A Day in the Life: "Made the bus in seconds flat/ Found my way upstairs and had a smoke." Rock'n'Roll Suicide by David Bowie: "Time takes a cigarette, puts it in your mouth/ You pull on your finger, then another finger, then your cigarette." Cigarettes and Coffee by Otis Redding: "It's early in the morning/ About a quarter till three/ I'm sittin' here talkin' with my baby/ Over cigarettes and coffee." Patsy Cline's Three Cigarettes in an Ashtray: "Two cigarettes in an ashtray/ My love and I, in a small cafe." Smoking, of course, sits well with rock'n'roll's live-fast, die-young philosophy. A sentiment in the Smiths' What She Said sums it up best: "I smoke because I'm hoping for an early death and I need to cling to something."


3. Candy cigarettes
In a more innocent era, when one could leave the front door unlocked and lambs gambolled freely in the streets, the availability of candy cigarettes allowed children to play the popular game, 40-a-Day-Habit. Today, however, 40-a-Day is as obscure as Cock-a Hoop or Hopscotch, owing to the fact that in the 1980s the sweets were banned in the UK, and the kids were forced to find their kicks elsewhere. Now half the playground is doing smack. So who's laughing now, eh?


4. The entire French nation
It is surely not an understatement to say that the great nation of France was built on cigarettes. Well, cigarettes, philosophy, coffee, Brie, red wine, garlic, polo necks, croissants and men with moustaches, berets and stripy shirts pedalling around bellowing "OIGNONS!" while reading Proust. But cigarettes are definitely up there. This is because the French are cool. It is also worth noting that without his Gauloises habit, Serge Gainsbourg would probably sound like Leo Sayer (who, in these crazy, non-smoking times is suddenly the
arbiter of cool).

5. Smoking jackets
Once, smoking was such a revered activity that it was awarded its own jacket: waist-length, with a shawl collar and fashioned out of velvet or silk, it was designed to protect gentlemen's normal attire from the scent of smoke, which was an affront to the ladies. In 1966, Yves Saint Laurent introduced Le Smoking, a classic three-button dinner jacket for women. The crucial difference between the two jackets is that if you wore them today, the latter would lend you an air of Faye Dunaway, while the former would make you look as if you were harbouring a secret desire to be Oscar Wilde. There are very few activities these days for which one wears a special jacket. The only exception is crown green bowling which, in the light of this week's smoking ban, is sure to become the new pastime of the cool elite.


6. Elaborate smoking tricks in the pub
For those occasions when pub conversation inevitably lulls, smokers have developed an array of elaborate and impressive tricks to keep everyone entertained. Largely these fall into three categories: i) blowing smoke rings; ii) sticking cigarettes up your nose; iii) setting fire to matchboxes/crisp packets/eyebrows. To the hi-tech youth of today, such tricks probably appear as arcane as playing Knees Up Mother Brown on the old joanna, but they have brought hours of mild amusement to generations of cigarette smokers everywhere.


7. Something to buy on ferries
It is a well-known fact that a ferry is the most mind-crawlingly dull method of travel imaginable. But mankind is nothing if not enterprising: after going out on deck, visiting the onboard cinema, and vomming a few times, passengers have managed to while away the tedium by buying huge cartons of duty free cigarettes. Even if they don't smoke. Buying giant boxes of Dime bars or a P&O pencil case is not quite so thrilling.


8. Cigarette girls
From a feminist perspective, there is something inherently dodgy about cigarette girls. Not least that they are referred to as girls. But from every other perspective, they're pretty hilarious: women employed to entice men to purchase cigarettes by parading around bars wearing teeny-weeny skirts and carrying trays of tobacco. They are, in essence, the sinister cousin of the usherette who would appear in the interval at the cinema to sell ice cream. Now they will all be forced to seek alternative employment in call centres or some 10-a-penny nouveau burlesque troop.


9. Tobacconists
Amid all the kerfuffle surrounding the cloning of our nation's high streets, the development of out-of-town shopping centres and the plight of the local greengrocer, few have spared a thought for the humble tobacconist. Interestingly, it is a widely acknowledged truth that no one has bought cigarettes from a tobacconist since 1964, but they have continued to exist merely for the sale of cigars, an array of ludicrously flavoured tobaccos and, mysteriously, walking sticks.


10. Advertising
Most forms of cigarette advertising are now banned in the UK. However, in their prime, they were seminal works of art, raising the bar in the advertising world, much as the Guinness ads do today. Remember the Benson & Hedges pyramids, for example, or the one where the St Bernard would toddle over a mountain with some St Bruno tobacco in a pouch around his big, fluffy neck? Notably, you can still advertise for hideously fatty foodstuffs, which cause heart disease. And cars, which pollute the air. And Intel inside, which has that really annoying jingle. But not cigarettes - they're bad.


11. Jazz-bar ambience
A jazz bar without smoke is like a branch of Asda without the synthetic aroma of freshly-baked bread. Except with fewer aisles, and a smaller selection of dairy products. In the coming months, expect shares in smoke-machine companies to rise sharply as Ronnie Scott's and branches of Pizza Express nationwide start panic-buying.


12. Bike sheds
Which came first, the bike shed or the smokers? It is a question that has baffled the world of philosophy for centuries. What is certain, however, thanks to some extensive research among rats, is that the sense of camaraderie among bike shed smokers is stronger than in any other social group. Just how many friendships, how many romances, have blossomed here? What great weight is carried in the immortal words "Gotta light?" and the classic opening gambit, "Can I cadge a cig off you?"

13. A currency for prisoners
In the clanger, where normal currency is banned, all transactions take place in cigarettes. Like the £5 note, each one is lovingly inscribed with both the Queen's head and, on the reverse, the unmistakable face of English prison reformer Elizabeth Fry. Probably ...

14. Gold spot
Pretending that you haven't been smoking is a game that all smokers love to play, and in this they are aided by a range of breath-freshening devices. Beginners commence with Polo mints, which provide scant coverage for icky fag breath. In time, the more mature smoker will graduate to Gold Spot, a hideous breath-freshening spray which is, in fact, just as ineffective as Polos, but has the advantage of coming in a sophisticated gold canister. The breath-freshening genre reached a low with the invention of menthol cigarettes which, frankly, weren't kidding anybody.

15. Allen Carr
Carr has forged an impressive, and indeed lucrative, career out of stopping people smoking since he himself quit his own 100-a-day habit in 1983. His subsequent publications have included: The Easy Way to Stop Smoking, The Only Way to Stop Smoking Permanently, and How to Stop Your Child Smoking. This is, one might assume, a ba
d week for Allen Carr.

16. Sports
Ironically, many sports have been brought to us by smoking - motor racing is the obvious example, but here it was only the cars that were sponsored by evil tobacco companies. One never saw Nigel Mansell with a Marlboro hanging out of his mouth in the pit stop. No sport has embraced smoking quite so passionately as snooker, where the players frequently puffed away between potting, and a thick pea-souper of smoke hung over the auditorium. That Benson & Hedges should sponsor the Masters seemed natural and right.

17. Zippo lighters
Nothing says "I am truly dedictated to the art of smoking, and/or a complete ponce" like a refillable metal lighter. The Zippo - a windproof, flip-top metal lighter with a lifetime guarantee - was invented in 1933. Since then, more than 400m have been produced, and many are collectors' items. The art of lighting a Zippo is quite a trick to master. Wikipedia offers the following tips for developing your technique: "The most popular method is to hold the lighter in the right hand with the index finger and middle finger on top, and the thumb on bottom (hinge facing towards the pinky). Pressure is applied to the Zippo from the top fingers, which slide to the back, throwing the Zippo open. Another common trick, with the lid open, is to snap one's fingers, glancing the wheel with the middle finger and igniting the wick. Easily as common is the trick of running the wheel quickly over one's pant leg in order to ignite the wick. Many practice these tricks until one can 'pop' the lid and ignite the wick in one seamless motion. It is not nearly as difficult as it looks, and can be an impressive display of casual dexterity." Or you could use a match.

18. Cigarette lighters in cars
There was once a time when going somewhere did not mean you had to stop smoking - you could smoke on aeroplanes, buses, trains, anywhere you jolly well pleased. In fact, if you weren't smoking, conductors would sometimes throw you off the bus to teach you a lesson. Today it is hard to believe smoking was once so de rigueur that car manufacturers equipped vehicles with both cigarette lighters and enormously fiddly ashtrays in the dashboard. It is a rite of passage for every child to burn themselves on a car cigarette lighter at least once before the age of 10.

19. Potatoes
In 1584, Sir Walter Raleigh set forth on an expedition to the New World, bringing back not only tobacco but also potatoes, so commencing the British love-affair with potato-based products. It is also worth remembering that without potatoes we would not have Mr Potato Head. And then where would we be? NB For many years, Mr Potato Head smoked a pipe, in a display of solidarity with the tobacco plant. However, in 1987 he was forced to abandon the pipe, and became the official "spokespud" for the American Cancer Society's Great American Smokeout. Traitor.

20. Government health warning designers
Backed yourself into a corner there, eh guys? From 2007 they will instead be forced to concentrate their efforts on other enemies of the people: doughnuts, hoodies and killer bees.

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

girls just wanna have fun

enfermeira condenada. em tribunal, 12 das acusações contra a sua conduta profissional foram provadas. de entre elas: desenhar um smiley numa hérnia- acto testemulhado por toda a equipa de cirurgia; colocar o olho de um paciente num copo de coca-cola (a acusada admite ter lavado o olho antes de o ter posto na bebida); dar chapadas na cabeça, empurrar e amarrar pacientes a camas e cadeiras; administrar incorrectamente medicamentos and so on.
para ler tudo
http://society.guardian.co.uk/health/story/0,,1711192,00.html

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

it came from the 70's

super scary furniture. i tell'ia.
vejam, a vosso próprio risco, com os vossos próprios olhos.
http://girl-ish.com/70s/

espuma para cabelo

Marketest, a dar-nos o que realmente interessa.
mulheres, reformadas, pobres, do interior norte são quem mais usa.
click to enlarge.
enjoy.


terça-feira, fevereiro 14, 2006

rita rock, desta não escapas...

fez anos. parabéns soutora kidman! 24 é uma idade bem boa. não que eu saiba...ainda me restam 2 meses de 23.
por favor nota que tentei por-te com 3 cores a combinar. o resultado não foi o melhor. é mesmo proeza só tua. respect.
:)
agora quero acrescentar fotos reais. o que fazes na sexta?
(experimenta não commentar este...)

14 de fevereiro

dia dos namorados e da disfunção erectil. apetece-me contar-vos a estória da minha única prenda do dia de são valentim.
foi uma carta e um boneco. um presente que ganha valor quando já descobrimos o nosso 1º cabelo branco, quando só sabemos escrever num teclado quadrado e os bonecos já partiram todos, para um saco velho no topo do armário que guarda os cadernos desde a 1ª classe.

tinha 12 anos, all star e nódoas negras. comia tostas no bufete e achava que ia fazer uma viagem à america quando tivesse 18 anos, uma mulher feita.
a prenda veio do gonçalo, do 6ºR, que depois de entregá-la fugiu a correr - clichè de teenage clumbsyness. um miúdo com dentes cor de laranja e caracois, que de resto andava sempre a correr (andávamos todos) e tinha a roupa rasgada. era o ínicio dos anos 90.
apesar de estar de paixoneta por outra pessoa (ricardo glória, porque é que te casaste com ela e foste ser fotografo para peniche) guardei bem a prenda. na gaveta de cima da escrevaninha - a dos segredos do coração e mais tarde dos cigarros.
li a carta muitas vezes. não decorei uma palavra. mas as letras eram bonitas, letra desastrada de rapaz que tem comida nos dentes.

o gonçalo morreu passados uns anos. leucemia.
e eu nunca mais recebi nenhuma prenda de dia dos namorados. porque quase sempre estive sozinha em fevereiro, raios para o ínicio de todos os anos desde 1982, ou porque nenhum namorado achou bonito dar prenda num dia criado para dar dinheiro à turquia e a outros países produtores de flores, de chocolates ou de discos pirata.

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

pala form finland mandou. little people always loose their hearts.

kiss me deadly

o beijo fatal, de robert aldrich, usa, 1955 - 105 min.

"Se há filme que se pode dizer ter feito rebentar um género, a partir de dentro e com os mesmos argumentos, é KISS ME DEADLY, sem dúvida a obra-prima de Aldrich, a quem bastaria este filme para ficar na história do cinema. Ainda hoje Quentin Tarantino lhe presta homenagem com a caixa misteriosa de PULP FICTION. Adaptando um conhecido romance de Mickey Spillane, Aldrich subverteu todas as regras do filme ”negro”, potenciando-as nas suas características mais conhecidas e nos comportamentos das personagens, trazendo uma carga narcísica e sádica como até então nunca se vira".


hoje, na cinemateca, às 22.

dubai-lândia

todos temos esta imagem do dubai. as torres.
metálicas, a arranharem o céu, frias. tipo ovos de marte, a encubar despropositadamente no deserto. ovos de marte. a passarem telepaticamente mensagens uns para os outros, numa linguagem robótica. a arrotarem ouro, de vez em quando, para cima das areias. a pestanejar star dust. Uuuh.
arab madness está em alta, o dubai está a pensar em grande, em ainda maior.

os planos são assustadores.
é o que acontece quando se dá dinheiro a uma gente que criou, entre outras coisas, as mil e uma noites. é o que acontece a gente que pôs os filhos a estudar no ocidente. filhos castanhos e pouco atraentes que, sem sucesso com as babes, se fechavam em casa a jogar sim city. filhos que só o conseguiam pagando e que por isso iam para vegas, queimar pestanas e dollars a cheirar a petróleo.

alguns dos projectos, conta o Guardian:
- an underwater hotel;
- one indoor ski resort, with real snow and its own black run, a weird, looming presence on the city's southern skyline. There is to be a second, with a revolving mountain;
- a Chess City, with 32 tower blocks of 64 floors, each in the form of a chess piece;
- a 60-floor apartment block in the shape of Big Ben. One company selling flats is giving away a free Jag with each one;
- a pyramid;
- a building called Atlantis that will cost $600m and include a "swim-with-the-dolphins encounter programme";
- An Aviation City; a Cargo Village; an Aid City and a Humanitarian Free Zone; an Exhibition City, a Festival City, a Healthcare City and a Flower City;
- 300 artificial islands made of sand dredged from the sea floor and either dumped or pumped into forms that vaguely mimic the shape of the world's continents;

para lerem tudo

http://www.guardian.co.uk/g2/story/0,,1708287,00.html

domingo, fevereiro 12, 2006

comichão psicologicamente induzida é um preço justo

porque o resto é praticamente dado. tenho ido copiosamente à feira da ladra. nunca venho de mãos a abanar. as mãos vêm a coçar pernas, braços, cabeça. pego nos cigarros pela parte branca, para nao sujar o filtro (toca na boca). acho sempre que fico com pulgas (flea market - say no more). no sábado comprei 3 saias. mini no preço (50 cents cada) e no tamanho. uma azul (na foto), muito 70's house. uma preta de veludo (office cocktail, 1986) e uma preta com riscas, muito provavelmente usada por uma criança, nas últimas marchas populares. uma noite de brilho, acabada num lençol de flanela no chão da graça. não resisti à coitadinha. vou dar umas voltinhas com ela, fazê-la voltar aos rodopios. pode ser já sexta.

no meu correio - a nova colecção fred perry. mais do mesmo. mas mais descascada e mais america, acho.

em cima outono-inverno 2005-2006. Em baixo primavera-verão 2006. enjoy.

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

lá dizia o outro, no esmeraldo de situ orbis: a experiência é a madre de todas as cousas

A test drive is taking an automobile for a short drive to test its drivability and general operating state. It is a normal part of the purchasing process of a vehicle. Any other vehicle can be test driven as part of buying it. Test drives can also be taken after a vehicle repair to ensure that the work has been done properly or before a repair to assist in diagnosis. In a broader sense, one can "test drive" anything that is usable by an individual, such as a computor program, an idea or process, a pair of shoes, etc. This usage is more slang than the vehicle test drive which is a commonly used phrase in english.

quem sabe, sabe e o cranach é que sabe

cena mitica. venus está a passear no bosque com o cupido. o pequeno é picado por abelhas, quando tenta comer o mel. e queixa-se à mãe. não percebe como é que um bicho tão pequeno, pode fazer tanto mal. vénus ri-se dele. diz que também ele, tão pequenino, é capaz de fazer doer. noutra versão do quadro lê-se. "na vida o prazer e a dor misturam-se". quem sabe, sabe e o cranach é que sabe.

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

é uma pieta. holden é o filho de deus. que sangrou pela maldade dos homens. jane é a virgem dele.

then I'd crawl back to my room and call up jane and have her come over and bandage up my guts. i pictured her holding a cigarette for me to smoke while i was bleeding and all.
in order of appearance: van der weyden, taillor wood, paula rego e el greco.




quarta-feira, fevereiro 08, 2006

make up and make over

diz que o loures-hopping é o sitio ideal para encontrar ex-colegas. do básico, da preparatória e do secundário. na sephora descobri a manora. a manora morava nas sapateiras e era esta miuda enfezada meio indiana, meio africana. a manora, um ano mais velha que eu, teve uma filha. já tem 2 anos e meio e chama-se India. por causa da filha a manora aprendeu a fazer soupa e sabe fazer massagens. as massagens ensinaram-lhe na igreja para acalmar o choro da india, mas a manora destribui pelas colegas da sephora e pelas clientes da maquilhagem. como fui eu.
sim, a manora disse-me que tinha 20% de desconto em tudo e que podia marcar sessão de maquilhagem. marquei para hoje. hoje fui à manora.
ela aplicou primeiro um leite de limpeza, depois um tónico, depois retirou o excesso com um algodão. pôs stick anti-olheiras, base, pó compacto e brilho. depois aplicou 3 cores de sombras nos olhos, deliniou com lápis preto e acabou com mascara. depois os lábios, tiveram lápis deliniador, baton, e glosws. no fim de tudo é o blush. e no fim do blush há os brilhantes.
e estive lá 1h30. saí de lá na mesma.
mas foi bom reatar com manora. fazemos anos no mesmo dia.
(a minha boca não fecha. eu juro que ponho aparelho até maio)

two down

one down

terça-feira, fevereiro 07, 2006

the catcher in the rye (o desenho é do lavender room. mandem-me desenhos para ilustrar esta cena)

"But I'm crazy. I swear to God I am. About halfway to the bathroom, I sort of started pretending I had a bullet in my guts. Old 'Maurice had plugged me. Now I was on the way to the bathroom to get a good shot of bourbon or something to steady my nerves and help me really go into action. I pictured myself coming out of the goddam bathroom, dressed and all, with my automatic in my pocket, and staggering around a little bit.Then I'd walk downstairs, instead of using the elevator. I'd hold onto the banister and all, with this blood trickling out of the side of my mouth a little at a time. What I'd do, I'd walk down a few floors--holding onto my guts, blood leaking all over the place-- and then I'd ring the elevator bell. As soon as old Maurice opened the doors, he'd see me with the automatic in my hand and he'd start screaming at me, in this very high-pitched, yellow-belly voice, to leave him alone. But I'd plug him anyway. Six shots right through his fat hairy belly. Then I'd throw my automatic down the elevator shaft--after I'd wiped off all the fingerprints and all. Then I'd crawl back to my room and call up Jane and have her come over and bandage up my guts. I pictured her holding a cigarette for me to smoke while I was bleeding and all. The goddam movies. They can ruin you. I'm not kidding."

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

from russia with love - ou - porque é mais fácil amar quem está longe de nós

quando a paula estava cá não lhe telefonava tantas vezes quanto agora.
o que é que há, na distância, que torna as pessoas tão irresistíveis?
estou a descobrir que a distância faz muito bem à imagem que temos de alguém. traz allure, glam, glitter, sei lá.
é um facto: as pessoas que nos entram nos nervos, são as pessoas mais próximas de nós. fartamo-nos da mãe, do pai, do irmão; do amigo que aparece sempre, e já inconvenientemente, lá em casa; do pivot diário do telejornal.
mas ficamos de coração quente quando pensamos no primo alberto que tá na suiça, na melhor amiga do liceu, e no enviado especial na russia, em bruxela, ou no iraque, ou wherver.
já estávamos fartos da manuela moura guedes. é um facto. e não há quem não goste do carlos fino (sempre tão recto :)
mas, não será só uma questão de distância? se invertessem papeis não corríamos o risco de considerar a extravagância da manela, uma simpatia original; ou a seriedade do carlos fino, pura e interminável enfadonhisse?
cada caso é um caso. ok.
mas 24/7, uncut com a mesma pessoa turva-nos a vista.
e até faz sentido. o glam&glittz próprio das estrelas, só o podemos ver à distância.
i rest my case.

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

market research

pesquisa revela que o leitor deste blog demonstra maior apetência para comentar temas relacionados com o entretenimento:
música recolhe 15 comments (so far);
moda (4+4, à data).
os dados recolhidos evidenciam, por 1+1, que se trata de um leitor fútil, muito dado a trivialidades. mas isso é um sintoma popular.

amigos, despeço-me da semana, bye bye weekie bye bye. e desejo 'ó com toda minha força ó' (clap my ruby sleepers 3 times) que o amor ao acessório vos acompanhe nos afazeres de fim de semana, também.

pala-pala: que o teu jogo de hoquei deslize bem (ptxe pum, péssima piada, eu sei)
olivia: bom dinna und kino mit mamma
demo: que o jantar em sua casa corra pelo melhor, sem fogo, louça partida ou indigestões
susana: convite para vir comigo ao RE.AL, no sábado à tardinha.
andré: sai de casa, por favor.
luis: noite feliz no wild wild west.
até segunda.

comprimidos são uma droga

as reacções adversas reportadas incluem náuseas, vómitos, boca seca, nervosismo, vertigem, dor de cabeça, tontura, visão turva, tensão ocular aumentada, urticária, confusão mental, disúria, taquicárdia e palpitação, hiperpirexia, eosinofilia e leucopénia (um caso que foi reversível após descontinuação do fármaco).

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

a alguns minutos da minha primeira grande apresentação tic tac tic tac


how do i look?

novos círculos de socialização (you're not suposed to fuck family, cause family can fuck you)

diz quem sabe, que a primeira relação que estabelecemos quando vimos parar ao mundo (a relação mãe-filho), é marcante, e que nos molda para todas as que se seguirão, até ao final das nossas vidas.
desta relação com a nossa mãe, passamos para um circulo mais alargado de socialização, ainda primária, a socialização com o resto da gente que vive na nossa casa, a nossa família. esta socialização primária, diz quem sabe, é também marcante e ensina-nos a agir em grupo. depois segue-se a escola e afins.
esta é uma premissa, mas este não é o meu ponto.
sabemos estar a dois, sabemos estar em família, num grupo de amigos, na escola e no trabalho. e somos pessoas diferentes em cada um destas esferas.
mas e quando as esferas se juntam?
desde que comecei a trabalhar, que isso me ocupa a maior parte do tempo. passo dias na rua das musas, no mesmo ado de engorda, à esquerda do barracão.
posso dizer que me agarrei às pessoas com quem trabalho, como nos agarramos à familia. diz que este é o meu primeiro emprego e que por isso é a minha socialização primária laboral. fazemos tudo o que uma familia faz: almoçamos e jantamos juntos, dividimos tarefas, discutimos, e alguns de nós até dormem na mesma casa (de vez em quando :P).
ontem aprendi que isto de misturar trabalho e cognac pode ser uma coisa má.
não podemos ser absolutamente pessoais com pessoas nos avaliam, e que decidem do nosso desempenho. e o oposto.
no trabalho, os colegas são familia. mas nada de consanguinidades. porque quem pode acabar por se foder. somos nós.

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

afinal o que estava dentro dele não era o diabo













era deus.
diz a NME, que acabou de entregar ao sr powerpointicamente apontado com uma seta amarela -ian brown- o prémio GODLIKE GENIUS AWARD.
e agora? aplaudimos ou ajoelhamo-nos?

teorias da conspiração: cada um tem as suas, e quem quer dá-las, dá-las!

facto, mito, ou conspiração: todas as celebs que aparecem nos simpsons acabam por morrer, pouco tempo depois.
http://www.gyyv.net/isaac3rd/simpsons/

obrigada, luis!
: )

S.P.M - how i learned to love the bomb + (algumas considerações sobre a origem do mundo e da mestruação. façam o favor de ler.)

diz que me dá, forte e feio, once a month, more or less. eu, que não acredito nessas coisas da determinação biológica, vejo-me a fazer as coisas mais estúpidas. once a month, more or less, comandada pela raiva do meu útero.
Tive que aprender a viver na iminência do SPM- como nos anos 50 se vivia na iminência da bomba H. Com a diferença de que ela rebenta mesmo. once a month, sometimes more.
Já fiz muita coisa tonta nestas alturas (diz que dá ansiedade, como no tic-tac da bomba), como se não houvesse amanhã.
Mas SPM é só um começo. Todo o processo menstrual é um ritual de destruição, criado para lixar a mulher. Mas criado por quem? Quem nos puxa os cordelinhos? É determinação divina, ou cósmica, ou quê?
hipótese 1.
deus nosso senhor criou a mulher para dar filhos aos adãos deste mundo, que também deus nosso senhor criou. por isso, sempre que a mulher bate o pé (porque toma a pílula, usa preservativo, se recusa a performar, ou pura e simplesmente não arranja homem) deus nosso senhor castiga-a.
- o Primeiro Castigo vem sob a forma de ansiedade e angústia existencial. que causam consequentemente irritabilidade e um desenrolar de atritos pessoais, interpessoais, sociais, quiça planetários. SPM. say no more.
- o Segundo Castigo é a calmaria e o inchaço. Passa a angústia e tudo começa a inchar de silêncio (sobretudo ancas e ventre). é a conspiração.
- o Terceiro Castigo é quando deus nosso senhor aponta o dedo à mulher e faz-se sangue. e faz-se dor abdominal. para este castigo deus nosso senhor tem o patrocínio de trifene 200, brufen, ben-u-ron, moment200, ou momendol.
Hipotese 2.
a mãe natureza não gosta de imprevisibilidades. por isso fez com que tudo rodasse sempre, para voltar ao mesmo sítio. são os chamados ciclos. há o ciclo dos astros, o da água, o das pedras e há o ciclo menstrual. para que as mulheres nunca sejam ninguém e voltem sempre à cepa-torta, a mãe natureza deu-lhes a menstruação. para que dêem cabo da sua reputação durante o SPM, para que fiquem feias e inchadas antes da menstruação, e apáticas e imóveis durante a mesma. ora a mãe natureza devia estar ela mesma num SPM lixado quando se lembrou destas leis.
Hipotese 3. o óvulo não fecundado, juntamente com as paredes do útero preparadas para a concepção e algum sangue, são expelidos.
Naaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa.
Não faz sentido.
não pode ser SÓ isso.