amanhã é um daqueles dias

o que não quer dizer spm ou menstruação (posts idos não movem blogs). quer dizer um daqueles dias que não se repetem muitas vezes. tudo começa com uma apresentação para toda a agência às 10h, prossegue com um ensaio para new business às 12h, aprovação de um racional às 14h30 e uma discussão de brief às 17h. são 4 projectos grandes, a vossa menina tem que estar à altura. fiz tudo o que é racionalmente possivel. os astros estão a meu favor : "You have the capacity to influence others, if you need to, and you are able to speak with persuasive force and vigor", agora é só rezar.
o meu ultimo recurso para ganho de forças segue em baixo. não há como esta música para levantar o ego.

perdoai-os senhor, pois eles não sabem o que fazem

pois é meus caros, uma certa e determinada agência prestes a mudar de instalações recebeu uma visita amigável do holmes place. como ouvi dizer que estavam a dar cordas de saltar, decidi ir testar a minha condição física. fiquem a saber que estou bem de saúde. só tenho a pulsação um pouco acima do comum, mas isso já se esperava (too much cafeine in my blood strain, cante-se smiths). e soube que finalmente cheguei aos 50 kilos! depois de um mês de auto-controlo, de autêntico ançaime alimenticio, cheguei àquele peso certo que me permite simultaneamente estar fit e dar sangue. ele há coisas fantásticas, não há?
por isso hoje já me afinfei a pataniscas com arroz de feijão ao almoço (em vez de sim, só uma sopa) e tive recompensa docinha no après. tarte merengada de limão. yum.
não há de ser por hoje que recupero 3 kg, mas vou festejar à grande.

liars! finalmente uploadei video. it's a treat!

clube lua muito abaixo da lotação. palco ao nível do público. deer hunter primeiro, muito triste, muito bom. pretty boys make graves, e eles eram todos lindos de jogar flores por cima. depois liars. a demência habitual. o albúm novo resulta muito bem ao vivo. entre ataques de fúrias a tambor, broches ao microfone e muito suor e baba, rendeu cada doença que apanhei. muito bom. fica o video da noite de ontem.

sr rucula no buenos aires

fotos para fazer inveja. jantar ai tão bom no buenos aires. eu o luis e o sr rucula.

cenas cortadas da ida ao porto. demasiadas fotos de mim com copos na mão. vieram da ana. cheers.

eu vou

não tenho tempo para escrever. sigam o link. ainda é tudo verdade, liars é nice.

como é que eles acertam sempre?

Looking inward
Valid during several months: At this time it is good to look inward and reflect upon deep psychological truths within yourself. This influence often signifies conversations and intellectual encounters that have a profound effect upon your mind, causing you to go deep within yourself and make changes in your point of view or ways of thinking. This time is conducive to very deep thinking, sometimes including thoughts about your own and your loved ones' mortality. Reflecting upon these matters from time to time in moderation can help to keep your life in perspective, but don't get too carried away by thoughts of death, because this can draw you away from the here and now.

astro.com. respect.

estou lamechas

nas areias do douro

estive para não por o filme. o youtube deu cabo dele. está muito pixelizado. no entanto, como o filme resume bem a minha tarde poeirenta na vinha e a música fica-lhe a matar, aqui está. bom proveito.

às 10 da manhã, dão-nos vinte copos a beber

e eu bebi. como não gostei da ideia de ter que cuspir para um pequeno penico barra clepsidra metálica, engoli todo o vinho que provei. cuspir para o chão da adega é uma coisa que faço até com gosto, mas indoors, ao pé de 10 pessoas, salivar uma gosma vermelha para um penico metálico... não me parece. e pronto, depois de dois dias de muito vinho sou uma mestra em porto. façam-me um blind test que eu digo-vos se é um ruby, um tawny, um vintage. pode ser sugestão, mas assim que o instrutor nos dizia 'este vinho, que ficou seis anos a amadurecer em carvalho, tem um sabor a torrado e a nozes' todos esses sabores me espevitavam na boca. falta-me uma ida a um supermercado, para compor a adega lá de casa.

depois de uma noite de taxi em taxi à procura de um cinema decente no porto, voltei ao hotel, cansada, como uma rock star

no dia 2 madruga-se e apanha-se sol depois de saber tudo o que é preciso sobre uvas

e sobre vinho do porto. é um tema que me agrada. trabalhar a marca vai ser muito mais rico, agora.
depois fomos à real thing. de carro até à regua. do pinhão até às vinhas de barco. bebidas pelo meio. e vindimas com o sol em pico. descida para almoço, com demasiados talheres e copos. e ida poeirenta para casa.

como um miúdo que vê pela primeira vez o mar

corporate trippin

primeira viagem, mais de passeio que de trabalho. cheguei na terça à noite. fomos de sr mucha do aeroporto ao sheraton.
não tirei fotos no lobby para não parecer saloia, mas assim que cheguei ao quarto tive descarga de adrenalina. tirei fotos em convulsão, estupidamente descontrolada. não ficaram muito boas.
28 passos de um extremo ao outro do quarto. cama com 1.80 de largura e um grande rebanho de almofadas. armário fancy. poltrona em pele. secretária com vista para o porto com papel de carta e envelopes timbrados. televisão com demasiados canais. minibar com um bom equilibrio de consumo de massas e consumo de luxo. casa de banho minimal muito espaçosa. tudo muito new yorker.
terça à noite foi portanto dedicada a curtir o quarto. 1h de molho e tempo que chegue para dormir. haverá filmes. é só esperar.

vou-me a eles

já lá vão duas semanas. participei de bom grado num sem número de bizarrias, mas há uma altura em que uma rapariga tem que draw a line. e eu estou a riscar a minha agora. vejam lá se não é justo:

que o meu namorado, irmão, ou amigos do peito me peçam undivided attention ainda vá que não vá. a verdade é que raramente pedem. dão-me todos muito tempo e espaço e todas essas instâncias que fazem com que uma pessoa seja livre.
mas eu tenho deixado que gajos imberbes, de calças à boca de sino, que quitam o carro, que escrevem com x e z e k, que vivem a 500km e de quem, graças a deus, eu nunca vi a cara ou ouvi a voz, me exijam atenção e simpatia.
não posso demorar mais de 5 min a responder a uma mensagem que entram logo em pânico! perguntam-me se tou chateada com eles, se não quero continuar a ser amiga, se estou bem... what the fuck?!?

devo dizer que eu, uma pessoa de poucas socializações, já enfreitei um grande desafio ao ser simpática para pessoas que me abordam chamando-me gata, fofa, linda. sem antes estabelecerem qualquer empatia.
e que continuei a vergar a maldade, respondendo com frequencia e interesse a um sem número de sms. coisa a q nem sou obrigada.
pois agora eles vão conhecer a verdadeira eu. no more nice girl.
se isto é uma experiência, e é suposto misturar-me, pois que sintam o poder natural do reagente.
depois conto os resultados. txim txim.

ah pois é

eu não quero, nem posso, pagar um jantar na bica do sapato. por isso, clarita, também vou vender o meu peixe aqui. ó pra mim a experimentar também!
(mandem-me sms, sou extremamente amistosa. também faço casamentos, baptizados e animação da confraria albicastrence do bigode)

cena twisted que o maninho me mostrou há alguns segundos - television personalities - lovin it already. cheers andré.

le spleen - para que saibam

diz a wikipedia que "o spleen é um estado de melancolia sem causa definida. O termo foi popularizado por Charles Baudelaire (1821-1867) mas havia sido usado antes por escritores do romantismo durante o séc XVIII. Para Baudelaire o spleen é um dos componentes essenciais da angústia de existir. A relação entre spleen e melancolia provem da medicina e do conceito dos humores (desenvolvida por hipocrates, um gajo grego que fazia associar a estados físicos, manifestações de humor. assim, desiquilibrios no sangue, fleuma, bilis amarela ou negra resultavam em tipos/estados psicológicos diferentes - digo eu que estudei disto). Um desses humores é a bilis negra segregada pelo baço e associada à melancolia. (e eu digo mais, spleen quer dizer baço em inglês).

Eu acho que a wikipedia diz muito bem, mas não suficiente. o spleen é, sim, aquele desânimo sem causa aparente, é o beicinho e as insónias, é o fumar demais e o suspirar demais. mas é ainda mais. é a ansia por uma existência real.

Na literatura portuguesa, o primeiro gajo a falar como deve ser do spleen foi o eça. na cidade e nas serras ou no conto civilização o gajo mostra-nos como uma pessoa se pode aborrecer em lisboa. mesmo tendo a melhor charrete, um laboratório novo e andar spr a par das inovações, o bigodaças do sec XIX não encontrava sossego ou satisfação na vida. as cidades tinham, e têm ainda hoje, disto - uma satisfação artificial, irreal, ouca, incompleta. para se viver sem blues há que ir para o campo. bem dito, bem feito. o bigodaças foi para as beiras, despojado dos luxos modernos, com o bric-a-brac mais simplório do mundo, para se dedicar apenas a comer alheiras a estalar de gordura, a trincar o pão quente feito por bonitonas de faces rosadas e seios fartos. para apanhar o sol real, pôr os pés no rio frio e ficar verdadeiramente fino.

eu estou um bocado esta doença do baço, verdade, a modos que preciso de ir para o campo curar. era só para partilhar. quem se me junta? comer morcela, tomar banho de mangueira, subir montanhas e sentar ao luar com uma guitarra e... já chega, não é?

noite aborrecida em casa