quinta-feira, novembro 30, 2006

segunda-feira, novembro 27, 2006

stop if you think that you've heard this one before

we are all of us living in the gutter, but some of us are looking at the stars.
nem mais meu querido wild, continue a dar lamirés glam a vidas pouco mais do que ordinárias.

sexta-feira, novembro 17, 2006

um dia quando menos se espera vemos um filme que nos restitui a fé

na beleza. uma fé que andava abalada depois de cerca de 6 filmes demasiado banais.
na cinemateca, na quarta.
fui sem nenhuma referência, só porque achei que mesmo sem fé, devia manter o hábito de ir à igreja.
a sala estava muito vazia. os maluquinhos do costume: o sr de 60 anos que anda sempre de calções, o sr que se manifesta (e que nesta sessão disse filhos da puta e o ciume, o ciume), um vagabundo de saco de plástico, que comeu rebuçados embrulhados em celofane o filme todo e nos fodeu o que podia ter sido uma sessão ainda mais do caraças.

realizador hal hartley - tipo que eu não conhecia mas que ao que parece foi alto cena no início dos 90 e perdeu-se.
título simple man - k.i.s.s. - keep it simple, stupid.
argumento mais ou menos: dois irmãos vão em busca do pai, um suposto terrorista que é na verdade apenas um anarca que vive demasiado segundo a cartilha, um womenizer que fugiu da família e da justiça. os dois irmãos: um duro, prático, enganado pela mulher e também ele a fugir à lei. outro mole, intelectual, a fugir ao aborrecimento. os dois uns bonitões improváveis dada a linhagem que nos é dada a conhecer. os dois com perfis de tanto faz, whatever, a minha vida é isto e não desejo mais nada, adn novamente sob dúvida.
acho que se pode dizer que é um filme de viagem: de nova iorque a long island, da dúvida à certeza (ainda que pessimista, é certeza).

Ned: I want adventure. I want romance.
Bill: Ned, there is no such thing as adventure. There's no such thing as romance. There's only trouble and desire.
Ned: Trouble and desire.
Bill: That's right. And the funny thing is, when you desire something you immediately get into trouble. And when you're in trouble you don't desire anything at all.
Ned:I see.
Bill: It's impossible.
Ned: It's ironic.
Bill:It's a fucking tragedy is what it is, Ned.

é a certeza da vida.

preferidos:
1. a falta de naturalidade dos diálogos, falsos, perfeitos, teatrais.

2. a falta de naturalidade dos actores: rigidos, académicos, pouco humanos, movidos por uma vontade que não é a sua (a do realizador, intencionalmente óbvia ?).

3. a coreografia: os sitios, os objectos, as pessoas todos manipulados e maquinalmente orquestrados.


4. os sobrepostos e entecortados (a la godard). aparece-nos a voz antes da imagem.

5. a música ambiente: a assombrar, desconfortável. e a música que está na acção, no mesmo plano que os actores. yo la tengo, sonic youth.

6. o fim. sobretudo o fim. depois de ter encontrado o pai, bill volta para o que achava ser o sitio onde ia passar o resto da vida e a mulher com quem ia fazê-lo (é quase um regresso do heroi) mas no momento em que, à frente da casa pousa a cabeça no ombro da mulher, ouvimos a policia, que já o perseguia há algum tempo. "Don't move" - dizem eles quando o senhor sabia que tinha mais do que assentado.

quinta-feira, novembro 16, 2006

titulo para o povo: abram a pestana | título para a elite: despertares

eu aqui escreveria qualquer coisa como o importante é ter consciência de que a felicidade é um estado, como o do tempo. a maior parte das nossas frustrações vêm de acharmos que a felicidade é uma regra, uma constante. pois abram a pestana ou despertem (risque a errada).
é normal acordar triste, é normal não nos divertirmos, é normal os nossos dias serem uma seca. e pronto. aceitar é o caminho.
acho que o cabelo comprido me está a tornar meio mistica e meio seca. tenho a franja a toldar-me a vista.

segunda-feira, novembro 06, 2006

está a trovejar.

sexta-feira, novembro 03, 2006

ler o subterraneans do kerouac no metro e por trabalhar demasiado e fumar demasiado e me cansar mais do que acho que queria e devia lembrei-me disto



Quem é que vai escrever do homem dos prédios. Do herói que nasceu de uma manhã de fumo sem nenhuma força inata. O que ganhou o poder do betão de tantas vezes bater contra ele. O heroi que não tem nada mas que, por ter roubado todas as coisas, é invencível. O primeiro herói sem ninguém para salvar sem ser si mesmo, porque no fundo está sozinho. Quem é que vai escrever do último homem.

escrevam que eu compro o livro.