este post é sobre música
e é para lê-lo enquanto se ouve esta música, my body is a cage, neon bible, the arcade fire.
este post podia ser uma metáfora sobre qualquer coisa da vida, era legítimo, mas é genuinamente sobre música. é sobre aquelas músicas pelas quais não damos nada quando as ouvimos pela primeira vez. as músicas que podemos ouvir distraidamente sem nenhum ganho ou dano pessoal. é na verdade sobre o momento em que essas músicas, depois de uma co-habitação pacífica, e por força de uma qualquer circunstância, se agigantam. é, claro, sobre as músicas que crescem, mas não porque as alimentamos, não é sobre as que crescem devagar, que vão conquistando espaço cá dentro e nos habituamos à sua agradável presença e expansão, não. é sobre aquelas que de repente se agigantam. em segundos ganhamos consciência do tamanho que têm, que são enormes, descontroladas, mostruosas. é um sentimento de reverência, é religioso e não se apaga.
é sobre aquelas músicas que são como um anónimo com quem presenciamos um acontecimento fatidico e secreto, que não poderemos contar nunca a ninguém. são músicas que ficam cúmplices.
tipo esta aqui (é para clickar que tem um link) que se agigantou quando estava a andar de carro, hoje.