quarta-feira, novembro 18, 2009
sexta-feira, outubro 23, 2009
calimera
wiki: self-pity is the psychological state of mind of an individual in perceived adverse situations who has not accepted the situation and does not have the confidence nor ability to cope with it.
d.h.lawrence: self-pity. i never saw a wild thing sorry for itself. a small bird will drop frozen dead from a boughwithout ever having felt sorry for itself.
explicadinho por pat às 16:49 1 refutações
sexta-feira, setembro 11, 2009
segunda-feira, agosto 24, 2009
quarta-feira, agosto 19, 2009
aula 1 do curso autodidacta de escrita criativa
julio chegou a casa. pousou as chaves na mesinha da entrada e começou a despir o casaco enquanto se dirigia para a cozinha. beber água. precisava de beber água. estava quente o dia e ele cansado. abriu o frigorifico. sentiu o gelo descer. sentiu, como só se sente quando se está doente, a garganta, a traqueia, o estomago. frio. inspirou fundo o fresco.
arrumou a garrafa na prateleira lateral do frigorífico. perscrutou de cima a baixo a máquina a ver se alguma coisa lhe espevitava o desejo. pegou num pêssego, sem grande gosto. deu-lhe uma trinca, de braço na cintura enquanto olhava em volta. os estores semi-serrados deixavam entrar o sol que se punha e o som dos carros da auto-estrada. o relógio bateu sete horas consecutivas, repetidas milimetricamente taoum taoum taoum copy paste de mais 4 e o julio ouviu ecos de teclado, o som do dia de trabalho. teve um espasmo na mão. o julio conseguia escrever qualquer coisa no ar. qualquer frase. imaginava um teclado e punha-se a pianar no ar. tolices. o seu nome completo. a morada. o número de telefone da mulher que costumava viver com ele.
tomou um banho. pagou as contas pela net. fez zapping sem parar em lado nenhum. abriu uma lata de atum, como faz muitas noites, e sentiu-se a abrir uma lata de solidão. single served dinner. todos os dias são tv dinner. jantava ele e mais o que estivesse a dar.
que cordéis seguram o júlio? que mãos o fazem repetir todos os dias a mesma dança macabra de gajo velho solteiro a tentar parecer que habita uma casa? é uma caverna. e não há sombras do exterior. julio não parece ter noção desta manobra. já não sente a falta de sal na comida que nunca soube fazer. talvez o júlio esteja à espera que alguém chegue e corte os cordéis por ele. talvez o julio esteja à espera de encontrar um prémio no fundo de uma lata de atum, que diga: 'parabéns, julio! és o feliz contemplado com uma vida nova!' isto dar-lhe-ia forças para cortar os fios. por uns dias. para que o júlio acordasse desta passividade ventriluca, precisava de um ovni. uma coisa nunca vista, não esperada a cair do céu em grande velocidade em frente a sua casa, a explodir na auto-estrada e a escrever em chamas: julio, acorda, está na hora.
explicadinho por pat às 16:15 3 refutações
sublimação. estou a ganhar-lhe o hábito. esperam-se desenhos, frases bue profundas, ou um filantropismo de outra forma impossível na minha pessoa.
Sublimation is the process of transforming libido into "socially useful" achievements, mainly art. Psychoanalysts often refer to sublimation as the only truly successful defense mechanism, segundo o freud
Ou ainda, The unwitting substitution of a partial satisfaction with social approval for the pursuit of a direct satisfaction which would be contrary to one's ideals or to the judgement of social censors and other important people who surround one. The substitution might not be quite what we want, but it is the only way that we can get part of our satisfaction and feel secure, too, segundo o sullivan
explicadinho por pat às 16:08 0 refutações
correlações aleatórias, uma das várias razões por que a estatística tem tão mau nome.
desde que comprei um relógio, o tempo anda mais devagar.
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quinta-feira, agosto 13, 2009
o sujeito que se fundiu com o dia
Tudo começa num dia que, por ser demasiado igual aos demais, não se encontra num mês específico, nem num ano particular. É um dia genérico, o arquétipo de um dia se é que isso é possível. É. É certamente possível: despertador, pequeno almoço, trânsito, café, cigarro, facebook, ruído branco, almoço, bla, bla, bla, cigarro, ruído branco. Um dia.
O sujeito em causa, e em análise nas próximas frases, sem qualquer controlo ou responsabilidade pessoal, fundiu-se com o dia atrás descrito. Tudo começou quando, de manhã, depois do despertador e da sanita, olhou para o espelho e não viu nada. Nenhuma imagem. Nada entre uma parede e a sua oposta. 'Nada de novo no espelho' - pensou para si, com razão e com sentido. Tratava-se de um tipo que usava a mesma cara há algum tempo. Há meses ou anos ou dias, a unidade de tempo não interessa tendo em conta os acontecimentos em causa.
Dentes e sorriso ninguém os via fazia tempo. Olhos e sobrolho, imobilizados há décadas, eram paisagem. notou no entanto ausências quando se olhou no espelho. Faltas. O arco-íris sombrio das olheiras. Sempre a mudar. Mais verde, mais preto, mais roxo, carmim. Em vez dele o ladrilho que rodeava os azulejos azul cinzento da casa de banho. Faltava mais. Faltava a veia da testa. Recolhida ou exibida, um sensor de humor que não descurava. Mas nesta manhã não havia veia, não havia testa, não havia cabelo para a esconder, havia rodapé, embolorado, castanho e irregular.
Foi. A cara foi a primeira. Mas mais coisas, ou menos dependendo da perspectiva, viriam a faltar a este sujeito ao longo do dia.
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quinta-feira, julho 30, 2009
quinta-feira, julho 23, 2009
if you are feeling sinister
Hilary walked to her death because she couldnt think of anything to say
Everybody thought that she was boring, so they never listened anyway
Nobody was really saying anything of interest, she fell asleep
She was into S&M and Bible studies
Not everyones cup of tea she would admit to me
Her cup of tea, she would admit to no one
Her cup of tea, she would admit to me
Belle and Sebastian
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quarta-feira, julho 22, 2009
sábado, julho 04, 2009
fã da dorothy parker
Dotty had
Great Big
Visions of
Quietude.
Dotty saw an
Ad, and it
Left her
Flat.
Dotty had a
Great Big
Snifter of
Cyanide.
And that (said Dotty)
Is that.
First printed in NY World, (10 March 1927) p. 15
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quinta-feira, junho 25, 2009
e, de repente, deu por si a ler
uma testemunha ocular testemunhava sobre o assassínio de um rufia com um tiro num olho a cura distância. "por trás da cabeça dele voou um morcego que se estampou de encontro ao papel de parede. o meu coração parou por um instante"
a angústia do guarda-redes antes do penalty, peter handke
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terça-feira, junho 23, 2009
i sit on the ridge at dusk
I sit on the ridge at dusk, as the light leaves the valley by rising.
Trees, fingers clutch at it, vaguely sifting the light and dying.
So bleed sarcophagi romantically
re-bleed with dignifying re-constructive make-up.
the getty adress, the dirty projectors
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quarta-feira, junho 17, 2009
and here alice began to get rather sleepy, and went on saying to herself, in a dreamy sort of way
"do cats eat bats?", "do cats eat bats?" and sometimes "do bats eat cats?", for, you see, as she couldn't answer either question, it didn't much matter wich way she put it. alice's adventures in wonderland. lewis carrol.
.
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segunda-feira, junho 15, 2009
domingo, junho 07, 2009
ando a dividir casa com o tempo
quero sossego. estou deitada no sofá e sinto o tempo a andar-me pela casa. de um lado para o outro, sem parar. incomoda-me. está-me a matar as plantas. a fazer a comida apodrecer no frigorifico. a amarelar-me as paredes da sala. a escancarar as rachas na parede. apetece-me gritar e pará-lo. shhhhhhhhhhhhhhiu. pára quieto. desanda.
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sexta-feira, junho 05, 2009
sábado, maio 16, 2009
todas as ruas estão cortadas
ja nao me sei orientar nesta cidade. é cada vez mais dificil chegar a casa. as voltas que dou são cada vez maiores, mais cansativas. para chegar mais depressa é preciso atalhos/trangressões que raramente tenho coragem de fazer. por isso ando às voltas, a little lost, a experimentar caminhos novos. a perder tempo a maior parte das vezes. espero que haja um benefício qualquer escondido neste periplo.
explicadinho por pat às 15:50 0 refutações
sexta-feira, maio 15, 2009
segunda-feira, maio 11, 2009
Os amigos amei
Despido de ternura fadigada;
Uns iam, outros vinham
A nenhum perguntava
Porque partia,
Porque ficava;
Era pouco o que tinha,
Pouco o que dava,
Mas também só queria
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A sede da alegria –
Por mais amarga
Eugénio de Andrade
explicadinho por pat às 18:07 0 refutações
terça-feira, maio 05, 2009
segunda-feira, maio 04, 2009
segunda-feira, abril 27, 2009
hoje sonhei que me baldava ao trabalho. será que conta como sonho pornográfico?
explicadinho por pat às 12:06 1 refutações